era como se eu pudesse reviver aquele momento da partida várias e várias vezes. entrar naquele gol branco, avistar o portão laranja e ferrugem e poder ver dois guris acenando como nunca. dois não, um. o outro se ocupava de me invadir com aquele seu olhar que adentra em tudo e em todos.
e era aquele olhar lilás e quando ninguém o avistava, bem vermelho, que havia me embriagado por nove dias. lilás como aquela blusa que viajou três mil quilômetros e que por muito tempo eu vesti o meu corpo e o meu travesseiro.
só na flora
naquelas flores
que também
contém espinhos"
(Itamar Assumpção)
isso de gostar como dói. a gente tá sempre atrás de um coração partido, venho dizendo há anos.
ResponderExcluirAs vezes deveria ter um botão que a gente desliga - gostar quase sempre machuca.
ResponderExcluirnão deixe os olhos dele te adentrar de novo, mesmo que a km de distância.
ResponderExcluirnão vou nem posso tampouco quero
ResponderExcluiruana fica matutando
ResponderExcluirno seu corpo já passado.
— até à volta, meu seio
de mil novecentos e doze.
adeus, minha perna linda
de mil novecentos e quinze.
quando eu estava no colégio
meu corpo era bem diferente.
quando acabei o namoro
meu corpo era bem diferente.
quando um dia me casei
meu corpo era bem diferente.
nunca mais eu hei de ver
meus quadris do ano passado
a tarde já madurou
e Uana fica pensando.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirtalvez não seja tão assim, embora queiramos
ResponderExcluirtomada
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